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segunda-feira, 25 de julho de 2011

  


O MONGE E O ROUXINOL


Este conto da Idade Média é repetido por muitos narradores. O que não contam é que já era velho na Babilônia. Falarei ainda de lendas de pássaros que trazem conhecimentos que existem com os antigos e modernos sob a frase "um passarinho me contou". O religioso havia discutido sobre a duração do tempo com seu superior e saíu para a meditação sob as árvores. Costumava ouvir embevecido o canto de um rouxinol que pousava no pinheiro naquelas horas do longo fim de dia do verão. Como de costume lá chegou e entoou suas maviosas canções. Como sempre, após a exibição o rouxinol voou e o monge se apressou a voltar a sua cela. Sentiu que estava fraco e arrastou-se para a porta interna do Mosteiro onde foi barrado pelo servo porteiro: Quem és tu, estranho ancião? Sou o monge Tom... Não há esse nome neste mosteiro! Mas eu estive apenas meia hora ouvindo um rouxinol enquanto meditava. Com muito custo e com pena do estado do idoso, chamou o superior e este, consultando os registros da casa disse que constava aquele nome há 200 anos e que teria deixado o mosteiro após discussão com o seu prior. É uma parábola para ilustrar o fato de que nossa mente está presa ao tempo, mas para o infinito não há esta medida que nós tanto consideramos. Estórias com pássaros se perdem na memória dos homens e até Carl Gustav Jung se refere a essa "sincronicidade" envolvendo pássaros e homens. Em Gulliver na Terra dos Gigantes é uma águia que acidentalmente o leva de volta ao encontro de navio que o traz à Europa. Gilgamés, o Noé sumeriano se refere à águia como meio de voar para a Terra Sagrada dos deuses. Na lenda de Ícaro há uma versão de que ele queria imitar o voo dos pássaros para subir ao Olimpo. Até a Bíblia apresenta corvos que levam comida a prisionerios, a pomba que volta a Noé com o galho de oliveira, a pomba do Espírito Santo sobre Jesus sendo batizado, e muitos outros episódios. A lenda da missão da gaivota e dos abutres dada por Júpiter após o Dilúvio, o mistério dos alquimistas lerem revelações pelo voo das aves, os índios que sabem se vai chover pelo voo das araras, os marinheiros sabem que vem tormenta pelo voo das procelárias (gaivotas), todas essas referências chegam ao nosso tempo com o mistério dos tordos que aparecem no norte da Europa em bandos depois da primavera e que voltam em direção aos gelos polares antes do inverno e ainda a notícia dos alcatrazes que fazem seus ninhos na ilha de seu nome, para findar sua estadia com os filhotes fortes para voar e que desaparecem após mais de quatro mil quilômetros de voo nas nuvens sobre as regiões geladas da Antártida. Nestes casos se referem as mitologias da Terra Oca que haveria um dia em que um buraco no gelo da região polar se abriria em brutais tempestades expulsando ou sugando grandes massas de ar desse mundo interior, e isto seria do conhecimento dessas aves as quais vão e voltam nessas datas.Voltaremos com algumas dessas fábulas.